AMORES IMPOSSÍVEIS

Doces amores são esses que enamoram o convite da insensatez;

Que mordem a timidez e bebem o veneno do amedrontamento;

Que vivem a fantasia do momento e fogem ao vício de sua embriaguez;

Querendo o ato que nunca fez, na mesa da razão, comendo o pão do lamento!

Amor que sonha calado ao lado do pesadelo com quem dorme;

Rastejante se move, vencendo a noite à luz de seus dias clandestinos;

Que respira o romantismo dos meninos e de ilusões se envolve;

Nunca se resolve quando morre, escreve-se improvável nas linhas do infindo!

É um amor que paga um preço desleal pra ser fiel somente a si;

Que não queria existir, porque carrega estigma transgressor;

Que profetiza muita dor, mas voa teimoso nas nuvens do intransigir;

Não consegue ficar e nem pode partir, se obriga a sorrir do rotineiro horror!

Amor proibido não pode vencer a promessa do altar;

A platéia atenta haverá de falar e a cartilha do bem se sentirá ofendida;

Uma alma ferida vale menos que todo o forjado feliz bem-estar;

Pra escondido chorar, quando o poeta versejar sua história sofrida!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 29/10/2008
Código do texto: T1254678
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