AMORES IMPOSSÍVEIS
Doces amores são esses que enamoram o convite da insensatez;
Que mordem a timidez e bebem o veneno do amedrontamento;
Que vivem a fantasia do momento e fogem ao vício de sua embriaguez;
Querendo o ato que nunca fez, na mesa da razão, comendo o pão do lamento!
Amor que sonha calado ao lado do pesadelo com quem dorme;
Rastejante se move, vencendo a noite à luz de seus dias clandestinos;
Que respira o romantismo dos meninos e de ilusões se envolve;
Nunca se resolve quando morre, escreve-se improvável nas linhas do infindo!
É um amor que paga um preço desleal pra ser fiel somente a si;
Que não queria existir, porque carrega estigma transgressor;
Que profetiza muita dor, mas voa teimoso nas nuvens do intransigir;
Não consegue ficar e nem pode partir, se obriga a sorrir do rotineiro horror!
Amor proibido não pode vencer a promessa do altar;
A platéia atenta haverá de falar e a cartilha do bem se sentirá ofendida;
Uma alma ferida vale menos que todo o forjado feliz bem-estar;
Pra escondido chorar, quando o poeta versejar sua história sofrida!