O ENCONTRO DOS AMANTES

A tarde conspirou a meu favor e assim você surgiu;

A mente voou e o corpo reagiu, tão logo avistei tua linda face branca;

Apresentou-se sedutora e franca, me dedicou menção gentil;

A intrepidez então me conduziu ao denso arrepio que ainda me alavanca!

Eu lhe falei de meus anseios e descobri afinidades com os dela;

Ela narrou suas fantasias, e percebi as nossas fortes similaridades;

Fomos a ressonância de nossas verdades, abertos portais sem sentinelas;

Como amantes sob luz de velas, como arquitetos da viabilidade!

Ali não se conteve nossa espiritual carnalidade;

Profanadores da castidade, pecadores perdidos em glutonaria;

Porque o insano desejo ali nos queria, sucumbidos de mútua necessidade;

Qual debutantes de jovem idade, qual folhas varridas na impetuosa ventania!

E tudo que falamos eternizou a brevidade daquele instante;

Cada segundo foi delirante, cada reação uma incontida promessa;

Somos o sonho que nos interessa e o proibido mais interessante;

Somos o poema dos amantes, que se escreve numa ode sem pressa!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 29/10/2008
Código do texto: T1254331
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