DEPENDE DE TI

Sinta minhas mãos. Elas te informam que decoram as veredas desse flerte;

Pintam um quadro verde nas telas desse teu olhar perdido;

Seus magos afagos te atendem um pedido, e em ti descobrem onde matar minha sede;

Meus braços são tua rede – vem descansar comigo!

Ouça o meu suspiro plangente, lançando chamas por tua nuca;

Misturando ao teu suor o meu açúcar, colhendo figos nas fibras de tua língua;

Usando teu pomar pra me tirar da míngua, estendendo lençóis como rota de fuga;

No hidratado beijo desfazendo rugas, no afã que seu sabor jamais se extíngua!

Veja com o coração o que se esconde por trás de meus mistérios;

E transite nesses tapetes aéreos, onde deposito pedaços nossos por entre as nuvens;

Antes que chuvas de ferrugens tentem reter nossas ilusões em trilhos deletérios;

E que nossos risos fiquem sérios, e o medo do medo encoraje nossas atitudes!

Leia nessas linhas o que somente ao teu olhar é permitido interpretar;

E vem consolidar nossas paredes carentes de acabamento;

Há um convite escrito no firmamento, um horizonte otimista a nos aguardar;

Que só depende de teu despertar, para aniquilar todo o nosso sofrimento!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 29/10/2008
Código do texto: T1254171
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