DEPENDE DE TI
Sinta minhas mãos. Elas te informam que decoram as veredas desse flerte;
Pintam um quadro verde nas telas desse teu olhar perdido;
Seus magos afagos te atendem um pedido, e em ti descobrem onde matar minha sede;
Meus braços são tua rede – vem descansar comigo!
Ouça o meu suspiro plangente, lançando chamas por tua nuca;
Misturando ao teu suor o meu açúcar, colhendo figos nas fibras de tua língua;
Usando teu pomar pra me tirar da míngua, estendendo lençóis como rota de fuga;
No hidratado beijo desfazendo rugas, no afã que seu sabor jamais se extíngua!
Veja com o coração o que se esconde por trás de meus mistérios;
E transite nesses tapetes aéreos, onde deposito pedaços nossos por entre as nuvens;
Antes que chuvas de ferrugens tentem reter nossas ilusões em trilhos deletérios;
E que nossos risos fiquem sérios, e o medo do medo encoraje nossas atitudes!
Leia nessas linhas o que somente ao teu olhar é permitido interpretar;
E vem consolidar nossas paredes carentes de acabamento;
Há um convite escrito no firmamento, um horizonte otimista a nos aguardar;
Que só depende de teu despertar, para aniquilar todo o nosso sofrimento!