Noite de agonia


Acabou a euforia?
Era tudo ventania
ou só novidade
que se acaba como a idade?
A magia desaparece,
o encanto não acontece.
Noite fria e distante,
essa não é noite de amante.
A essência congela no espaço,
falta o ar, vem o cansaço.
O vento leva a purpurina,
baixa-se a cortina.
Na coxia vazia
fica a alma sem alegria
e a pintura borrada
pela lágrima brotada.
As rubras rosas no palco
desbotadas e desfolhadas.
O coração deflorado
sofre: "já fui amado?"
O sol chega leva a noite,
ficam as marcas do açoite.
No peito continua o frio,
o amor vazio corre num rio.

Não sofra mais,
não diga ... jamais.
Tristeza vem, mas vai embora,
talvez não seja sua hora.
A vida é maior, não chora.
Tudo tem seu tempo,
outras noites virão,
quem sabe o encanto
se refaça com paixão.
Deixa ali, naquele canto,
a noite de agonia,
pode ter sido só pesadelo,
lembra só do colo das mãos no cabelo
que certamente retorna sua poesia.



Drica de Assis
29 de outubro de 2008.



DRICA DE ASSIS )O(
Enviado por DRICA DE ASSIS )O( em 29/10/2008
Reeditado em 21/11/2008
Código do texto: T1254063
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