Os deuses da paixão.
Onde arde a chama da paixão,
Emana também a força do Deliro,
Pimenta que refresca como colírio,
Nos olhares que os amantes revezam,
Simples trejeitos induzem a sedução.
Nos corpos os músculos se enfezam,
Ansiando pelo clímax da compensação.
O pudor de outrora, agora é pequeno.
Tudo parece envolto em rosas rubras.
Ainda umedecidas pelo sereno,
Da noite recém finda no firmamento,
Os segredos clamam me descubras,
Os mistérios imploram defloramento.
Querem sentir o arfar dócil da revelação.
No auge do aprimoramento da emoção.
Onde mora o fogo incansável do amor,
Os seres não usam máscaras de ferro,
Os senhores abdicam de seus poderes,
Para compartilhar o mesmo desterro,
Daqueles que antes sua própria lei baniu.
Esquecem-se os bens ou maus dizeres,
Tudo fica por detrás da porta, naquele lugar,
E só depois de rolar, de muito amar,
De saciar toda necessidade carnal,
É que estes seres deixarão de ser deuses,
E voltarão a habitar o mundo real.