Desiderium
O desejo que agora perpassa a
minha alma não é
de amor: é de morte.
Como o silêncio que evoca
a alma partida
de amores vãos.
Não espero o amor.
Este bateu as asas em
vôo cego rumo ao desconhecido.
Desejo a morte como o
sono do passarinho ao
levar a flechada mortal.
Sutilmente revejo meu
passado sem poder
construir ou tecer do
presente o futuro
que sei não virá.
A morte se faz presente
em minha alma como
refúgio para a dor
que sinto.
Que Deus me perdoe
por colocar a morte no trilho
da vida e desejá-la
conscientemente.
Talvez seja apenas
fraqueza de minha alma
tão machucada ou
simplesmente descrença na vida.