Desiderium

O desejo que agora perpassa a

minha alma não é

de amor: é de morte.

Como o silêncio que evoca

a alma partida

de amores vãos.

Não espero o amor.

Este bateu as asas em

vôo cego rumo ao desconhecido.

Desejo a morte como o

sono do passarinho ao

levar a flechada mortal.

Sutilmente revejo meu

passado sem poder

construir ou tecer do

presente o futuro

que sei não virá.

A morte se faz presente

em minha alma como

refúgio para a dor

que sinto.

Que Deus me perdoe

por colocar a morte no trilho

da vida e desejá-la

conscientemente.

Talvez seja apenas

fraqueza de minha alma

tão machucada ou

simplesmente descrença na vida.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 28/10/2008
Código do texto: T1253437
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