O BANQUETE DO AMOR
Eu me convido para ser um atrevido invasor de tuas intimidades;
E renuncio às nulidades que almejam me apartar de certas ousadias;
Não me importo com ausência de garantias, nem leio cartilhas de moralidades;
Excessos de castidades patenteiam muitas falsidades desses dias!
Não me obrigo a obter autorização para te perseguir;
Pois teu corpo já anda por aqui e me procura em teu segredo;
Não vou ter medo de te amar e nem abdicar de te possuir;
Quem é metade não pode desistir de seu direito a ser inteiro!
Oposições e pressupostos não desfalecem minha designação;
De com obstinação, complementar o teu fantasiar com meus impulsos;
Adaptar os meus ponteiros aos teus fusos, nortear tua desorientação;
Incendiar-te de clandestina paixão e ser a combustão de teus pavis curtos!
Seja como for, eu sou teu rei desde agora;
Te quero por dentro e por fora, te decreto nascida pra mim;
Como o perfume que pertence ao jasmim, como o sol é servo da aurora;
Te invadirei sem mais demora pra dar início a esse banquete sem fim!