O CIMO DA RUA, A MINHA PRIMEIRA FRONTEIRA...(homenagem ao Primeiro Amor de casa ser)

Todos nós temos um primeiro Amor, e o meu aconteceu na infância e durou até aos meus 13 anos, altura em que entrei na adolescência, dando então lugar a outros e mais sérios e físicos Amores.

No entanto Ela ficou para sempre em mim como a primeira e a única que se calhar amei de uma forma simples e sem as complicações, ou se quiserem sem a complexidade com que desde a adolescência soube revestir a minha vida.

Este poema é dedicado pois a todos os Primeiros Amores e uma tentativa de resgatar essa simplicidade dentro de mim que se perdeu algures no meu tempo.

Espero tê-lo conseguido

O CIMO DA RUA, A MINHA PRIMEIRA FRONTEIRA…

Moravas no fim do mundo

No limiar da minha primeira fronteira

Que era apenas o cimo da rua

Linha invisível

Mas bem palpável barreira

Entre eu, tu e o mundo

Que desde sempre temi

Até que esse tipo de fantasmas desapareceram

Quando

Por fim

Cresci…

Mas isso

Isso foi anos depois

Da nossa pequena história

Pequena pelo que durou

Pequena porque éramos assim menores

Ignorando que não uma rua

Mas sim o Amor

Avassalador

E duma forma urgente

E premente sentida

Ou a admiração quase sobrenatural das Estrelas

Eram a linha

Que separava

As crianças dos adultos

Que quando o fôssemos

Lamentássemos

Não termos aproveitado

O fruto

De sermos menores

De amarmos na simplicidade

De quem procura espíritos

Ou beijo roubado

Ou dado

E não essa outra obstáculo hormonal

Que transforma o amor

Em algo

De tão fundamental

Com cariz sexual

Que os olhares de apenas amor mental

Torna coisas

De crianças

E algo sem graça

Por o considerarmos

Tão infantil

Mas a verdade…

A verdade

Mora no meio desses mundos

E no seio

Da minha

Intemporal

Saudade

A pensar

Que na altura

Era uma muito séria brincadeira

E hoje

Uma das minhas mais lindas memórias

O cimo da Rua, a minha primeira Fronteira…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 27/10/2008
Código do texto: T1251279
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