QUE ME QUEIRAS
Olhando o noturno firmamento, eu vi o teu sorriso naquele astro
Reeditando em meu íntimo alabastro a tremulante bandeira dessa saudade
Desde então tua feição me invade e somente nela sinto que me basto
Buscando teu rastro, sentindo o teu perfume pelas esquinas da cidade!
Por todo chão eis que mensuro esse protesto de abandono
Do meu destino deixo de ser dono, passando a navegar em pesadelos
Que me roubaram o aroma de teus cabelos e me divorciaram do sono
Sou gigante feito gnomo, uma sombra que te persegue em seus apelos!
Diminuído pela persistente fluidez vertida em pranto
Vestida em platônico manto, eu te contemplo pelas planícies do impossível
Lembrando o que já foi tangível, nossos momentos rememorando
Em meus pedaços te remontando e assim alçando até o inatingível!
Clamando à tua inconsciência, falando ao teu adeus
Que esses versos são teus, que te pertence todo meu ser
Que o amor me proibiu te esquecer na fé desses delírios ateus
A fim de que os argumentos desses prantos meus a ti convençam novamente me querer!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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