Acontecimento poético
Outrora o amor batia suas
asas de anjo em minha alma.
São lembranças de um
tempo recôndito no peito,
na razão de tudo e de nada.
Cortei as asas do anjo,
o amor não mais pôde voar.
A alma, prisão de desejos,
liberta a vontade e
torna a melancolia cativa.
Do amor nada permaneceu,
além de uma nostalgia
que insiste em se fazer
personagem única de
um gênero dramático,
quiçá de um acontecimento
meramente poético.