ELEGIA

Pelo meu rosto

Escorre uma lágrima

Docemente

Até o chão

Onde cai

E se esvai...

Mais outra lágrima...

Angústia e saudade

Roendo-me a vida

Irritando-me o ser.

...Sentimento de perda...

Mais outro dia

Amando-te assim,

Rasgando meu ser,

Tirando-me a vida,

Impregnando meus dias

Na ânsia incontida

De não te esquecer.

...................................................................................

Pelo meu ser entraste: pelos poros

E pelas veias, pelo sangue e pela alma

Destruindo toda a minha paz

Relegando-me ao mundo do jamais

Onde a Esperança não tem chance de viver.

Marcada pelos olhos teus, imensos,

Amando-te em cada pensamento

Ruíram meus castelos da vontade...

Inquieta eu te busco, e não estás.

Eu não te encontro

E fico em desespero,

Sabendo-te longe

E sempre em mim presente.

Meus olhos ficam presos no horizonte

A procura de um vulto singular

Recordado em mínimos detalhes...

Tanto te espero, nem sou mais Esperança!

Inquieta, vou neste vendaval

Nada esperando, mas sempre te buscando

Onde não mais, nunca mais, estás.

..................................................................................

Pareço-te forte qual diamante,

Mas sou frágil qual uma criança

Sozinha, procurando pelos pais.

Pensas que sou rocha ou sou montanha,

Mas não passo de frágil ser, humana,

Tão frágil qual cristal ou porcelana,

Pois basta um vento para me quebrar.

Qual planta nascida nas campinas,

Preciso de sol, luz, água, vento

Para sobreviver.

Teu amor para mim é o alimento

Que não me deixa, indefesa, perecer.

- Quando te fores,

Como poderei viver?...

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 25/10/2008
Código do texto: T1248250
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