ELEGIA
Pelo meu rosto
Escorre uma lágrima
Docemente
Até o chão
Onde cai
E se esvai...
Mais outra lágrima...
Angústia e saudade
Roendo-me a vida
Irritando-me o ser.
...Sentimento de perda...
Mais outro dia
Amando-te assim,
Rasgando meu ser,
Tirando-me a vida,
Impregnando meus dias
Na ânsia incontida
De não te esquecer.
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Pelo meu ser entraste: pelos poros
E pelas veias, pelo sangue e pela alma
Destruindo toda a minha paz
Relegando-me ao mundo do jamais
Onde a Esperança não tem chance de viver.
Marcada pelos olhos teus, imensos,
Amando-te em cada pensamento
Ruíram meus castelos da vontade...
Inquieta eu te busco, e não estás.
Eu não te encontro
E fico em desespero,
Sabendo-te longe
E sempre em mim presente.
Meus olhos ficam presos no horizonte
A procura de um vulto singular
Recordado em mínimos detalhes...
Tanto te espero, nem sou mais Esperança!
Inquieta, vou neste vendaval
Nada esperando, mas sempre te buscando
Onde não mais, nunca mais, estás.
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Pareço-te forte qual diamante,
Mas sou frágil qual uma criança
Sozinha, procurando pelos pais.
Pensas que sou rocha ou sou montanha,
Mas não passo de frágil ser, humana,
Tão frágil qual cristal ou porcelana,
Pois basta um vento para me quebrar.
Qual planta nascida nas campinas,
Preciso de sol, luz, água, vento
Para sobreviver.
Teu amor para mim é o alimento
Que não me deixa, indefesa, perecer.
- Quando te fores,
Como poderei viver?...