CHAMA-ME...
Quando chegar o derradeiro instante
E sentires a vida te escapar,
Chama por mim!
Diz meu nome baixinho
Que minh’alma é irmã da tua
E irá no vento, cavalgando a lua,
Para segurar a tua mão.
Quando sentires o olhar cansado,
E a força física te abandonar,
Chama por mim!
Diz meu nome baixinho!
Eu ouvirei! Do sol tirarei toda a energia
E ao teu lado eu a passarei para ti, em alegria,
Segurando a tua mão.
Chama por mim quando algum momento triste
Quiser teu riso franco apagar!
Chama por mim!
Diz meu nome baixinho! Balbucia...
Minh’alma se esvazia e vai, ouvinte,
Obediente, muito ânimo ofertar.
Chama por mim, inquieto passarinho
Que adejas por mulheres, indócil beija-flor!
Chama por mim... Baixinho... Bem baixinho...
Só eu que tenho a fórmula preciosa
Que tornará tua vida radiosa
E sempre jovem! – Chama por mim...
Não há distância, ofensa, dor, engano,
Que separem dois seres que se amam,
E nós, amamo-nos assim!
Eu estarei para sempre do teu lado,
Esperando a sobra de um afago.
Quando sobrar... Chama por mim.
E no infinito, no azul etéreo imenso,
Na hora derradeira que se fizer passagem,
Chama por mim!
Se cá eu estiver, eu morrerei contigo.
Se lá eu estiver, eu te virei buscar.
(Pois só no Infinito poderemos nos amar...)
Não tenhas medo. Eu não tenho medo!
O amor é grande: vale, sim, lutar
Nem que seja pela certeza da Esperança
De um dia, no Infinito, te encontrar.
E não mais,
Nunca mais,
Nos separar!