Poema prosaico
Edson Gonçalves Ferreira
Aceita uma taça de vinho?
Está uma delícia.
Bebo vinho e penso em vocês
Ao redor da mesa da Terra, meus amores longínquos
Ligo para a Fernanda Araújo, solto a alma
Lembro-me de você, Malu e de você, Miguel
Repenso na Clarinha, lá no Planalto
Do Japão, Sônia Ortega com Pedrinho me acena
Gostaria de ter asas ou de ganhar o pó da fada Sininho
A imagem da Celina Figueiredo me abençoa
Vejo Susana me esperando no aeroporto em Portugal
E Miguel Barni, todo gentil, fazendo a agenda da viagem sonhada
Relembro-me as gentilezas de Tera, Edyth, Maria Olímpia, Zélia Nicolodi
Ah, é tanta gente que cabe no meu coração, aqui não
Aceita uma taça de vinho?
Não estou tonto, no soy borracho, tenga atención, por favor
A poesia é que me deixa louco
Também me recordo da Meriam, da Sunny, do Henricabílio, do Zé Albano
Já disse: é impossível citar todos os nomes
Embriagado está é meu coração, ó Jesus
Foi assim que Vós sentistes na última ceia, não foi?
O prosaico da vida
Estou só em casa
Meu coração, porém, está repleto de visitas
Vocês todos, meus amigos do Recanto e outros, navegam nele
Aceitam uma taça de vinho?
Daqui a pouco, vou dormir, antes rezarei
Tenham certeza de que estarão nas minhas preces
Rezo por todos
Que Deus me permita ver a terrinha onde meus avós nasceram
Quero beber vinho com Malu, Miguel, Susana, Abílio e todos
Aceitem, por favor, uma taça de vinho
Só assim dormirei em paz,
Ciente de que divido a minha carne no pão da poesia
E o meu sangue no vinho, seguindo o exemplo Dele
Todas as vezes que dois se reunirem em Meu Nome, aí estarei
Nunca me esquecerei dessas palavras Dele
Faço-as minhas
Aceitem, por favor, um cálice de vinho.
Divinópolis, 25.10.08