TU...

Medo

Numa altura

Em que os fantasmas

São um passado

Ao qual me recuso

Terminantemente

A voltar

Ou de permitir sequer

Que conviva a meu lado

Pois

Tu…

Realmente

Não sei

Nem saberei nunca quem realmente és

Conheço-te há mais de mil anos

Quero-te

E desejo-te

Mas ao mesmo tempo

Prefiro

Ficar sozinho

Nessa grande cidade sem tamanho

Que é o futuro

Que adivinho

A cada suspiro

A cada pensamento

A cada lágrima que cai

A cada sorriso

Que dilui

O sofrimento

Mas é nessas alturas

Que ouço

Do Invisível

O supremo chamamento

Que me alerta

Que para além das cidades

Há uma natureza

Por explorar

Feita de rosas

Que não são de porcelana

Mas reais

Que devo abraçar

E pelas quais

Me deixar levar

No meu sonho

De grandes cidades

De verdura

Para onde espraio

O infinito

Que vou sentindo

Com todo o meu calor

E indizível

Ternura…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 23/10/2008
Código do texto: T1244500
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