TU...
Medo
Numa altura
Em que os fantasmas
São um passado
Ao qual me recuso
Terminantemente
A voltar
Ou de permitir sequer
Que conviva a meu lado
Pois
Tu…
Realmente
Não sei
Nem saberei nunca quem realmente és
Conheço-te há mais de mil anos
Quero-te
E desejo-te
Mas ao mesmo tempo
Prefiro
Ficar sozinho
Nessa grande cidade sem tamanho
Que é o futuro
Que adivinho
A cada suspiro
A cada pensamento
A cada lágrima que cai
A cada sorriso
Que dilui
O sofrimento
Mas é nessas alturas
Que ouço
Do Invisível
O supremo chamamento
Que me alerta
Que para além das cidades
Há uma natureza
Por explorar
Feita de rosas
Que não são de porcelana
Mas reais
Que devo abraçar
E pelas quais
Me deixar levar
No meu sonho
De grandes cidades
De verdura
Para onde espraio
O infinito
Que vou sentindo
Com todo o meu calor
E indizível
Ternura…