Mago dos meus desejos.
És o amante mais amado desta terra;
És o grito preso em minha garganta;
O Senhorio onde meu poder se encerra;
A fortaleza onde meu delírio se agiganta;
És a razão que dá razão se afasta;
A luz que emana do cômodo sombrio;
O mal que tomba sobre a mão nefasta;
Sem empreender, ao bem qualquer desvio;
És o notório canto entre os sussuros;
Que enfeitiça os ouvintes com notas finas;
És o ocaso declindando sobre o os muros;
Das prisões de minhas tristezas repentinas;
O cedro firme que horienta o justo;
Bálsamo de venenoso, perfume;
Nato plebeu, de destino augusto;
Motivo víl, de meu fatídico ciúme;
Metade humano e metade divino;
Mago de sortilégios ternos e absolutos;
Homem feito, com jeito de menino;
Istingando meus desejos mais dissolutos.