DEPOIS DE TANTAS PRIMAVERAS
Ainda me vejo debruçada naquela janela
Depois de tantas primaveras
Sozinha, tristemente a te esperar.
Sou aquela flor que seu perfume ainda não exalou
Aos poucos vai perdendo a cor
Encontrando forças em cada abraço do sol
Vem e me beija fazendo juras de amor.
Outras primaveras vão
Tenho medo de cada outono que passa
Minhas folhas maduras pendem cair sem explicação
Firmo-me em cada uma delas
Lanço meu sangue pálido, fraco...
Não suporta mais de tanta dor
Lentamente as minhas unhas se cravam.
Cada dia que se passa
Uma folha cai em cada outono da minha triste existência
Logo percebo uma gota d’água cristalina
As minhas pétalas se enchem de esperança de perfume
Jasmim, sei lá
Acho que já fora dama-da-noite
Hoje o sinto muito pouco
Pois o tempo o faz assim ficar.
Ainda me vejo debruçada naquela janela
Depois de tantas primaveras
Até mais um outono chegar.