AMOR DELIRANTE

Empresto meus físicos endereços para as andanças de tuas ousadias;

Quer sejam prematuras ou tardias, quer duvidosas ou convictas;

Afim de que sejamos essências híbridas, mútuas manias;

Descobridores de íntimas vias, violadores de sensações invíctas!

Que bebas sôfrega minhas expulsões de glândulas transbordantes;

Nos constituindo viajantes desses nossos lábios famintos por nós;

Olhos anzóis a nos fisgar por meio de seus anseios flertantes;

Tântricas levitações delirantes, céu orgásmico que visitamos a sós!

Sobejantes delícias de amor, que nossos corpos queimantes lambuzam;

De nossas sedes abusam, que nossa cama transforma em senzala;

Onde a canção do prazer não se cala, e nossas fantasias se usam;

E já que nossos anseios não mudam, que de nós dois o delírio se valha!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 22/10/2008
Código do texto: T1242338
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