AMOR DELIRANTE
Empresto meus físicos endereços para as andanças de tuas ousadias;
Quer sejam prematuras ou tardias, quer duvidosas ou convictas;
Afim de que sejamos essências híbridas, mútuas manias;
Descobridores de íntimas vias, violadores de sensações invíctas!
Que bebas sôfrega minhas expulsões de glândulas transbordantes;
Nos constituindo viajantes desses nossos lábios famintos por nós;
Olhos anzóis a nos fisgar por meio de seus anseios flertantes;
Tântricas levitações delirantes, céu orgásmico que visitamos a sós!
Sobejantes delícias de amor, que nossos corpos queimantes lambuzam;
De nossas sedes abusam, que nossa cama transforma em senzala;
Onde a canção do prazer não se cala, e nossas fantasias se usam;
E já que nossos anseios não mudam, que de nós dois o delírio se valha!