Sadia dor
Um dia eu disse em poesia
Que dor de amor não doi
Mas descobri, de repente
Que dor de amor que não doi
É a dor do amor presente,
A dor do amor ausente
Doi sim, doi muito;
E eu vinha todo dia
Pra ver se te encontrava
Pra transformar esse amor ausente
Numa amizade linda, presente,
Mas qual, a dor ficou renitente
De tanta ausência;
Felizmente, em outra poesia eu disse
Que, se estás bem, estou contente;
E dessas duas verdades, uma terceira é corrente:
O meu amor sangra e doi mas não é uma dor doente.