O amor que tu me tinhas
Como brincadeira de roda, girei as rodas da paixão,
não sei ao certo onde te encontrei,
se foi meu o destino, ou o teu,
e no amor que conheci, fiz do meu canto novo amanhecer.
Então sonhamos como crianças em férias,
dançamos na melodia de hoje(s) sem fim,
novos amanheceres, uns nem tão novos assim
e o amor que tu me tinhas aumentando o amor que eu tinha por ti.
Na roda que cantava nossa paixão, o gosto do beijo,
na voz, o desejo em acordes maiores, acordando o corpo dormente,
abracei-te com as asas inocentes que só o amor pode ter,
mostrei meu mundo, minhas cores, os sonhos,
uns ainda inacabados aguardavam pelo "gran finale",
talvez último ato de um corpo que vestido das lembranças mantém-se ainda quente.
Onde está agora o amor que tu me tinhas?
Brincadeira de criança, roda cantada sem o encanto que me amou.
Nessa nossa fantasia, somos bruxos, piratas, uma vida que caminha,
ou não somos nada quando rasgamos as vestes da ilusão,
tornamo-nos apenas crianças a brincar pelas manhãs
nessa roda imensa que se chama paixão.
Hoje a roda já perdeu a graça,
rodo sozinha sem o canto da criança que em algum momento se perdeu,
te desenho nos espaços que tenho em mim, agora todos vazios depois que me deixou
e ao enxergar-te pelos olhos que o tempo me empresta, percebo,
que o amor que tu me tinhas era pouco e se acabou...
31/01/2006