PAIXÃO
PAIXÃO
Dá-me tua mão e juntos vamos;
Vamos bailar neste salão, ao som quem sabe !?
Das cítaras celestiais, dos alaúdes medievais,
Ou quem sabe ainda, no sussurro de seus ardentes lábios,
Uma valsa ensaiar.
Da me tua mão e segue-me
Pelas alcatifas floridas deste castelo de amor
Que mais amor se faz
Quanto mais longe está de minha sedução;
Minha ilusão.
Dá-me de teu corpo moreno nestas tardes de verão,
Não me deixes a meditar nas aldravas da melancolia,
E, nas fráguas da sua ausência soçobrar o meu desejo,
Meu objeto e abjeto desejo de possuir-te;
Nesta gândara do meu eu que só você pode florir.
Dá-me tua boca e do seu mel deixe me embriagar,
Deixe –me pascer com seus seios a roçar-me sofregamente,
E nas procelas do meu corpo em chamas vem me salvar.
Vem me amar, deixe-me te amar.
Dá-me teus abraços e nos seus braços deixe me fazer profitente,
Profitente de seu corpo, minha nova religião,
Balsamize-me com teu perfume de mulher nas noites eternas
Nas eternas noites sob o claro luar,
E quando a estrela Dalva despontar
Seja uma nova aurora, uma radiante manhã.
Guilhermino, setembro de 2008.