As cartas que te escrevo.
Escondo as cartas que para ti, escrevo.
Plenas de meus mais profundos segredos,
Deixo-as embaixo de meu travesseiro,
E as esqueço. Em ler não me atrevo.
Cansadas dos meus enredos,
As palavras se esquivam. Sou oleiro,
De grandes desatinos. Eis meus inventos:
As cartas que para ti escrevo, perdidas,
Entre os defeituosos monumentos;
Lágrimas exauridas, num montante de lenços;
Paginas de um amor, ao meio divididas;
Sonhos de uma vida, suspensos, pela despedida.
Um dia, vou postar as cartas que escrevi,
E quem sabe aí, eu consiga transformar,
Todo o amor que ainda sinto por ti,
Em resquícios de um amor e apenas recordar
Sem dor...