Poema 0626 - As horas do amor

As horas têm o tamanho do mundo,

quando espero o sonho, quando não sou realidade,

volto minha cabeça ao contrário dos dias,

meus olhos continuam amor,

como o cristal que seu brilho jogou no meio.

Querer não te amar, é querer não viver,

buscar caminho no meio da pedra bruta,

escutar a voz no silêncio de um espaço vazio,

seguir formas, correr em volta da luz e nada ter

ou não precisar de calma para tocar outro coração.

Hoje estou um pouco pele, um pouco sal,

não consigo pisar no meu chão, pareço nuvem,

jamais ganhei asas, mesmo assim vôo com seu amor,

dei voltas imensas sobre a terra que um dia desenhei,

prossigo meu caminho, agora distante e tão perto.

Quero conhecer a quantidade de amor que mereço,

talvez vou precisar um coração maior,

um espaço dez vezes o tamanho do meu em você,

ainda não sei o propósito de sonhar, então sonho,

faço-a bela depois de linda, paixão, depois do amor.

As horas passam e nada recomeça aqui no peito,

dê-me o sentido da vida que me entregou,

cuidarei de tudo seu, e meu, cuidarei por você,

quando cansado, deitarei sobre um lençol macio,

como a pele que recobre o amor que me têm.

Quero ser o ponteiro que indica as horas do futuro,

os números dos dias que fiz amor de madrugada,

a verdade que disseram nos meus ouvidos um pouco surdos,

o olhar que nenhum outro coração sentiu quando invadido,

o amor que me habita em outra alma, a sua minh'alma.

15/03/2006

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 15/03/2006
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