Mutação

Quero o vento tocando minha face,

senti-lo do alto, n’alguma torre existente em mim,

girar a roda na força da vida que abriga o destino

nos passos andarilhos que marcam o chão que nunca tem fim.

Voar simples na complexidade da vida,

sonhar a realidade em poças criadas por lágrimas quaisquer,

alegrias ou tristezas, mas que haja vida no semblante do artista,

morrer mil mortes, ou contar inesgotáveis vidas,

acreditar, mesmo em descrença,

desnudem-se os deuses na divindade que me reflete nos universos que trago em mim.

Ouço o vento... Sopra em sincronismo com meu corpo de mulher,

toca a face que se coloca nua na intemperança de ser

despertando o corpo que se veste de luz no sim da vida que recomeço a ver.

10/02/2006

Aisha
Enviado por Aisha em 15/03/2006
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