COMO RISÍVEIS LÁGRIMAS NA CHUVA...
De regresso ao local
Onde Te conheci
Onde Te vi pela primeira vez
Recordo nesse espaço vazio
O local onde mil vezes morri
E mil vezes renasci
Na minha cabeça
No meu ser
Tudo é uma enorme agitação
Porque te perdi
Nas vagas de amor
Com que nos inundámos
Nesse crime sem perdão
Que foi
Perder-te definitivamente
Na desordem
Que faz
Do passado presente
Pois estás tudo menos isso
Numa calma
Cada vez mais latente
Recordações evanescentes
Do último beijo que te dei
E que foi de todos
O mais ardente
E que se perdeu
Como se perde tudo em mim:
Como risíveis lágrimas na chuva
Momentos
De esquecida ternura
Mas que irão perdurar em mim
Para toda a eternidade
Até que na esquina do destino
Encontre alguém suficientemente diferente
Ou demasiado igual
A Ti
E que faça da minha insularidade
Mais um temporário porto de Abrigo…