Caça-me
Sou sua presa
Estou em qualquer lugar
Sua musa desconhecida
Sua fere ferida
Estou na sombra de uma ave
Ou numa nuvem passeio
Acha-me
Sua busca é infinda
E quanto mais o tempo passa
Mais absurdo fica o encontro
Busca-me
Em tua cabeça
Na imaginação fértil
Na espuma das ondas
No espelho do rio
Sente-me
Não sou real
Apenas sirvo de inspiração
Sinto medo que um dia
Sua busca termine
Quem sabe no cume de um monte
Ou numa praia deserta
Tenho medo
Que depois dessa busca
Deixes de ser poeta...
Deixa-me