A musa dos seus anseios...

Óh... Meu poeta, sem lhe conhecer,

Que sentido terá meu viver?

Será uma triste passagem.

Folhas secas à mercê do vento...

Mas se eu souber, que em seu pensamento divaga,

O anseio composto por minha imagem,

E que sou como suave alento que inventas,

Em forma de miragem...

Sentirei justificada minha vida,

Como musa eternamente agradecida,

Que sua poesia cria e perpetua...

Em meus momentos de maior tortura,

Fico pensando em como você me vê,

Será que, como a um anjo de candura,

Ou como musa inteiramente nua,

Sobre teu corpo, altar febril do meu prazer.

Prefiro crer com tamanha discrepância,

Que sou a musa de seus maravilhosos versos,

Á cogitar que os oferece a qualquer outra neste universo.

Oh... Meu poeta. Peço-lhe com amor.

Deixe meus sonhos a vagar, dispersos.

Sob a proteção de Santa Ignorância.

Longe da dor em que meu ser está imerso.

Deixe que eu viva este sonho lindo,

De ocupar o lugar vago em sua cama,

De me entregar, num gozar infindo,

E depois do gozo, consumida a chama.

Acordar do sonho e continuar fingindo.

No meu poema derramar meu drama,

Imaginar você me possuindo

E aos outros olhos, ser pacata dama...

Priscila Neves
Enviado por Priscila Neves em 18/10/2008
Reeditado em 27/03/2009
Código do texto: T1234554
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