A musa dos seus anseios...
Óh... Meu poeta, sem lhe conhecer,
Que sentido terá meu viver?
Será uma triste passagem.
Folhas secas à mercê do vento...
Mas se eu souber, que em seu pensamento divaga,
O anseio composto por minha imagem,
E que sou como suave alento que inventas,
Em forma de miragem...
Sentirei justificada minha vida,
Como musa eternamente agradecida,
Que sua poesia cria e perpetua...
Em meus momentos de maior tortura,
Fico pensando em como você me vê,
Será que, como a um anjo de candura,
Ou como musa inteiramente nua,
Sobre teu corpo, altar febril do meu prazer.
Prefiro crer com tamanha discrepância,
Que sou a musa de seus maravilhosos versos,
Á cogitar que os oferece a qualquer outra neste universo.
Oh... Meu poeta. Peço-lhe com amor.
Deixe meus sonhos a vagar, dispersos.
Sob a proteção de Santa Ignorância.
Longe da dor em que meu ser está imerso.
Deixe que eu viva este sonho lindo,
De ocupar o lugar vago em sua cama,
De me entregar, num gozar infindo,
E depois do gozo, consumida a chama.
Acordar do sonho e continuar fingindo.
No meu poema derramar meu drama,
Imaginar você me possuindo
E aos outros olhos, ser pacata dama...