Seus olhos...

Seus olhos! Abismos de ternura,

Que ao longe fitam o horizonte

Olhos que me resistem de forma dura.

Esperam que o sol do amor desponte,

E que revele uma rosa pura.

Seus olhos! Certamente guardam segredos

E amores céticos como seu humor,

Mas por detrás de seus olhares éticos,

Não vejo pudor.

Seus olhos! Delicadamente desenhados,

Com sacrifício por divinas penas,

Levam-me a delírios onde tinjo,

A moralidade que encenas

Com minhas ânsias mais intimas e obscenas.

Seus olhos! Perdidos, olhando ao alto,

Repelem minhas investidas com ar infausto.

Afastam-se ligeiros de qualquer contato.

Não se piam de meu ser exausto,

De joelhos prostrado aos seus encantos,

Implorando o tocar pétreo de seu tato.

Seus olhos... Quanto mais os quero

Mais me nega,

E me desespero quando seu olhar entrega,

Às outras e com elas flerta,

Seus olhos...Fonte de delicias eternas,

Calor que me umedece entre as pernas.

Flecha da libido que me acerta.

Seus olhos misteriosos e escuros,

Infindáveis labirintos obscuros,

Onde meu desejo aumenta e se intensifica,

Sua negativa o alimenta

E quanto mais me perco mais gostoso fica.

Priscila Neves
Enviado por Priscila Neves em 18/10/2008
Reeditado em 27/03/2009
Código do texto: T1234503
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