AO MEU VERDADEIRO AMOR...

Quando uma brisa gelada

Consumir as azuis chamas

Dos gases dos teus isqueiros

Sejas desavergonhada!

Como teu companheiro cigarro,

Saibas minha amada!

Que sêco como os gravetos,

Ardente como os infernos,

Estou por ti aceso...

Inteiro!

Acaso uma foto minha

Pouse em tua mão tênue

Não te acanhes... Sonhe!

Ainda que em papel, beije-me

Tal forma viva eu fosse...

Um beijo teu é tamanho colosso

Que de alguma forma perceberei

O melado da tua língua,

O frescor da tua saliva,

O leve velejar teu

Que em minha boca singra!

Se notares meu cheiro

Nas macias entranhas da fronha

Não resmungues...

Resolutamente... Infunde-me!

Tão carinhoso o aroma da pele

Que nestas tramas permanecem

Não é para que tu não me esqueças...

Mas sim para lembrar-te

Que qualquer componente saído de mim

Aos teus sentidos não arrefece...

Nada provindo deste corpo

É por ti indiferente!

Ah, poderoso perfume do amor...

Pois manifesta! Emana! Permanece!

Gê Muniz
Enviado por Gê Muniz em 17/10/2008
Reeditado em 20/11/2008
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