AO MEU VERDADEIRO AMOR...
Quando uma brisa gelada
Consumir as azuis chamas
Dos gases dos teus isqueiros
Sejas desavergonhada!
Como teu companheiro cigarro,
Saibas minha amada!
Que sêco como os gravetos,
Ardente como os infernos,
Estou por ti aceso...
Inteiro!
Acaso uma foto minha
Pouse em tua mão tênue
Não te acanhes... Sonhe!
Ainda que em papel, beije-me
Tal forma viva eu fosse...
Um beijo teu é tamanho colosso
Que de alguma forma perceberei
O melado da tua língua,
O frescor da tua saliva,
O leve velejar teu
Que em minha boca singra!
Se notares meu cheiro
Nas macias entranhas da fronha
Não resmungues...
Resolutamente... Infunde-me!
Tão carinhoso o aroma da pele
Que nestas tramas permanecem
Não é para que tu não me esqueças...
Mas sim para lembrar-te
Que qualquer componente saído de mim
Aos teus sentidos não arrefece...
Nada provindo deste corpo
É por ti indiferente!
Ah, poderoso perfume do amor...
Pois manifesta! Emana! Permanece!