Olhos que eu amei...
Ah! Olhos que eu amei, mais belos que as estrelas...
Olhos luminosos, olhos transparentes,
Em que se fitando se vislumbrava a alma...
Olhos que eu amei... Hoje tão carentes!...
Olhos que eu amei, em plena mocidade,
Que me percorriam dos pés à cabeça,
E me acariciavam, olhos que falavam,
Olhos que eu amei e que hoje já não vejo...
Emoldurando o rosto, em um terno riso,
Da maior beleza! Que doce perfeição!
Eram cor de mel, como seus cabelos,
Os “trigais maduros” em tardes de verão!
A sua voz suave e a palavra doce...
As cartas percorriam ligeiras, os espaços
E a cada dia, mesmo estando longe,
Sentíamos sempre o sabor do mesmo abraço!
Ah, um dia... Um mal-entendido,
Que carecia ser logo esclarecido,
Levou pra longe o meu bem-amado!
E eu o perdi, por pura sandice...
Mas não esqueci jamais o que ele disse
Porque lá no fundo, sempre é o bem-amado!...