Engano: por quê?
Engano...
(Visita semanal a um Asilo de Velhinhas
onde a pessoa do poema faz trabalho
voluntário com música e canto.)
Entre um canto e outro, ela ria,
E contava histórias engraçadas,
E, com seu sorriso, contagia
Aquelas que se acham desgraçadas!
Suas mãos em prece eram carícias
Que por todas as velhinhas repartia!
Como era alegre em suas brejeirices
E quando a viam, todas já sorriam...
Quando ela saia, era uma tristeza!...
Mas com todas elas ficava a certeza
De que na outra semana ela voltaria...
O que as “vovós” nunca perceberam
É que por trás da alegria que lhes ofereceram
Havia uma mulher só... E como ela sofria!...