A ultima carta de amor
Escrevo com o pulso em revolta...as luzes das velas dançam
Como sombras ao vento, a porta entreaberta mostra
Tuas pegadas nuas de solidão
Sinto ainda teu perfume voando na trilha da noite como canção,
Lá fora, densa garoa dilui minha alma sem sol, sem nada
No entanto espero a tedra noite, chorando e sentindo tua volta sem os traços
Tênues da primavera< Harmônicas estrelas que me importa a pesada cruz,
Vejo longe dos meus regaços teus braços petrificados
Braços que não abrem mais as cortinas, evaporaram as ondas quentes dos nossos
Beijos abrasados, sobraram os vultos indiferentes no negro mármore funéreo,
Resta o sorriso fresco das nossas flores
Volta, deixa a luz da eternidade, sem o duelo das trevas iluminar teu coração
Resta-me agora vestir as poesias escritas que não mandei .