POEMA, FILHO DA MADRUGADA
POEMA, FILHO DA MADRUGADA
Chuva…chuva muito miudinha,
Batia devagar na minha janela,
Olhei o céu…nem estrelinha,
Nem a Lua se fazia de sentinela.
Mais desperto, voltei a olhar.
Lá fora, fazia grande escuridão.
Só ouvia de mochos, o piar
E dentro do peito, o coração.
Na cabeça, nasciam desejos…
Nos braços, o desejo de abraçar.
Na boca, sede de beijos
E na cama ou sofá, me enrolar.
Assim estive, por algum tempo.
Perguntei: onde nasceu esta ilusão?
Ah…, não sei dizer de momento,
Mas de certeza, foi inspiração.
Lá fora, o tempo piorava, chovia…
Mais e mais forte. O vento assobiava,
Nem mocho ou coruja se ouvia,
Só a tua imagem me lembrava.
Quisera também dela me esquecer.
Não fui capaz. Virei-me para dormir.
Mas uma insónia que teimou nascer,
Instalou-se e disse: vim ver-te sorrir.