A MUSA DOS MEUS ANSEIOS
Eu só preciso de migalhas de teu mínimo para edificar meu tudo;
O adeus a todo escuro, depende apenas dos raios emitidos por teu olhar;
Pisar o céu é contigo estar, ouvir tua voz é ao mundo ficar surdo;
Se um beijo me tirasse em furto, isso eu teria como imenso premiar!
Eu posso prescindir das primaveras, mas nunca abdicaria de teu perfume;
Esse que meu olfato assume e que te traz nas asas do concreto imaginário;
Troco a beleza do mar por outro cenário, o que reflete em teu espelho por costume;
O sol é comparado a um vaga-lume, perante o fulgor de teu encanto vário!
Não há perdas ou prejuízos nas investidas horas que te contemplam;
Se não te vejo meus desejos te inventam, e assim tu és onipresente;
Ornamento de meu querer latente, inspirações infindas que me alimentam;
Fantasias que não te isentam, a te pintar no meu sonhar tão recorrente!
Assim me satisfaço com a simpleza de tuas magnitudes;
E vou colhendo tuas atitudes pra replantá-las no solo de meus devaneios;
Lucrando nesses mágicos meios, onde em teus versos meigos me aludes;
Querendo teu sabor e seguindo tuas luzes, te desenhando em meus anseios!