O SILÊNCIO...
Profundo silêncio: desgastante, insubmisso
De alguém, que tergiversa e que se omite...
Silêncio pesado dos que não falam. E, com isso
Castigam aqueles a quem desejam submissos.
Silêncio de noites, onde até mesmo a lua,
Se envergonha, no céu de seu clarão luzir...
E se esconde, por se ver, saber-se sempre nua,
E transparente no etéreo... E para sempre surgir...
Silêncio das noites que não tem mais perfumes,
Pois hipócritas mãos transformaram negrumes
O orvalho e a relva em triste estertor...
Silêncio das noites que escondem caminhos
Do amor que era antes travestido de arminhos
E que hoje, por falso... Se transforma em dor...
“E tudo é silêncio”* na noite prateada
Onde a lua se esconde, por tanta maldade,
E não quer ser cúmplice desse cruel desertor...
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* “Tudo é silêncio” é o nome de um livro que li há muito tempo e não recordo o nome do autor!