O AMOR NOS MEUS ESCRITOS
Amor é Divina arte e não humana obra;
É débito alheio que pra si lhe cobra, no âmbito descrito das irrestrições;
É mercado de paixões que compra a venda que lhe sobra;
É destino fazendo hábil manobra, sepultando indecisões!
É camelo cabível no fundo da agulha, é monte mais frágil que o vento;
Ponte a separar o relento das margens lodosas do infortúnio;
Queda livre pro fundo do túnel, visando o céu do sentimento;
É qualquer coisa entre a infância e o lamento, desgovernado punho!
Amor é crise diagnosticada pela dúvida dos confusos exames;
É mel viajando sobre enxames, veneno sorridente em forma de ferrão;
Impiedoso castigo da ilusão para o troféu dos sonhos infames;
Ódio confesso é um de seus nomes, é pelourinho de seu próprio patrão!
Amor é essa coisa entorpecente que dilacera e me apavora;
Pondo-me às avessas por dentro e me dobrando por fora, é mordaça por meio de gritos;
Contradição de meus conflitos, chega a ser minuto maior que a hora;
E quando o depois vira passado do agora, ele costuma flertar com meus escritos!