ROSA VERMELHA

«Me arrumei, com meu vestido vermelho vivo,

cor de sangue, sangue esse que naquela manhã,

sentia deslizar em minhas veias rapidamente...

sangue espesso, grosso, fervente...»

(Borboletuxa, «Vestido vermelho!!!»

publicado no RdL em 22/08/2008

Código do texto: T1140370)

Vesti-me de ti, rosa vermelha,

como se fosses túnica de sangue

sagrada, obscena e sagrada.

Sentia uma fervença de amor

feliz, fantástica e escorregadiça

a investir-me filamentosa, flutuante,

como veias de emoções policromas,

banhadas no rubro líquido do anelo.

Fui arrastado até ao fundo da manhã,

boca sensual e escarlata, e lá fruí,

livre e premido pelos lábios subtis

dos espasmos florescidos nos sonhos.