DOIS CORPOS

Contorno os teu corpo com meus dedos

Desenho nosso nome em guardanapos

Tatuo teu nome em minha pele

Gotas quentes de meu suor despertam teus seios

Acaricio tua pele com meu corpo

Algemo-a no prazer que tu sentes

Respiro em teu ventre o ar da tua alma

Balbucio em teu ouvido o que tu és para mim

Minha bela e indomável dona

O adorno de predicados que me conduzem ao pecado

Penetro em teu espírito

Penetro em tua alma

Penetro em teu corpo

Penetro em você

Rompemos leis da física – quando nossos corpos ocupam o mesmo espaço

Gritos alucinados que rompem e rasgam a madrugada

Uma canção – cujo nome é AMOR

Um prazer cujo signo eu despejo dentro de ti

Um arrepio que me escurece as vistas

Uma sensação que me retira o solo

Me leva além do que sou

Um sentimento pintado com as cores de Deus

A perfeição em poesia

Dois corpos – uma sincronia

Dois corpos – um testamento

Dois corpos

Entregues à um tempo eterno

Um tempo chamado momento.