Coração anfíbio
Coração anfíbio
Andando em teu sentido, eu sinto o frio d´um abismo
O êxtase e um cismo, a dor de um coração partido
Por ti enternecido e então despido do egoísmo
No mar deste hedonismo em que amplamente me banhaste
E assim me sufocaste, a mim que amava ao infinito
Enquanto o tempo, aflito, atravessava sem desgaste
Mas veio este desastre e te levou da minha vida
A ti, minha querida, enquanto a chama que plantaste
Quebrou-se pela haste e arde em mim tão dolorida
Agora está perdida e queima tudo, em toda a parte
A procurar destarte o nó da nossa despedida
Rompido sem mostrar-me o que é a vida além de amar-te
(Djalma Silveira)