NÃO SÃO MEUS
Se pudéssemos conter os ponteiros dos
relógios em seu obstinado caminhar,
se tivéssemos o poder de repelir os
infortúnios que insistem em nos fragilizar,
quiçá, na história não haveria
tantos esconderijos nas frias noites...
Se pudéssemos ao invés de baixar nossas
frontes e procurar novos espaços esféricos,
talvez empurrássemos para o abismo
tantos horizontes artificiais que vivem em nós..
Engenhosas são as forças que procuram
derrubar nossos ideais, seria tão bom
estarmos de esperanças, assim como
a mãe ansiosa, que espera seu renovo
para desabrochar com estilo frondoso .
Facilmente nos entregamos ao ostracismo,
nos recolhemos ao vazio onde
encontramos só nós e atados muitas
vezes, ou quase sempre, a um passado que
nos causou e causa repulsivos prejuízos...
Real melodrama de cada um, incluindo
o meu, por ser muito grande minha incúria
e indiferença. Mas vou aprumar-me e adequar-me
e arremessar para longe o que
faz caminhar por lugares que não são meus.