NOS ACORDES DA CANÇÃO
Um recuerdo se acende nos olhos que miram pra si,
Remonta um tempo de vida quando me lembro de ti.
De silêncios romanceiros, de carinhos veraneiros,
De um amor verdadeiro que há muito tempo perdi.
Esta paixão ensinou-me que nada eu sabia do amor,
Mas o eco do meu nome ainda balança uma flor,
Que por ciúme ou desdita tentou me redomonear.
Tropa nova, se apertada, periga algum refugar.
Fui eu quem te mostrou o rumo.
Fui eu quem te estendeu a mão.
Sou eu quem levará pra sempre,
Sempre junto ao coração:
A candura, a inocência
Tua imagem, teu sorriso
As auroras da querência,
Nos acordes da canção.
O baio manso da encilha ficou sestroso e gavião,
Por certo tem a impressão de que já não sou o mesmo.
E se sobram incertezas, me agarro na pouca fé,
Pois só quem sabe o que quer nunca vai andar a esmo.
E nem trocamos palavras, depois do adeus da paixão.
Deixamos que a poesia sofresse sem ter pecado.
E quem sente o coração bater mais forte na dor,
Sente a força do amor compassando este valseado.