Foi você!
Foi você!
... que um dia me olhou
e então me despertou
para algo que eu não conhecia.
... que me mostrou de perto
tudo o que havia descoberto
naquele mundo distante.
... que me abriu em versos
e me deixou ao inverso.
... que me trancou a vida naquele mundo de olhares e dívidas
e me deixou levar por seu suplicante olhar.
Foi você!
... que um dia me fez te amar
na loucura que é se entregar
na paz do seu confuso jeito de amar.
... que um dia eu perdoei
esquecendo o tudo o quanto me magoei
e do quanto chorei.
Eu te amei...
Foi a este amor suspeito que eu me joguei
e sem hesitar me entreguei.
E foi você, apenas você,
que por se encontrar com medo de se flagrar amante,
suplicante do meu amor,
se perdeu e se escondeu
na vaga ilusão de que me esqueceu!
(RClaro, 1992)