Segredo
Eu sinto a força que chega em silêncio
A galopar pelo meu sonho esquivo
E transfigura o meu momento incerto
Em louca fuga – que nem tem sentido!
E vejo em ânsias agitar-se o sangue
Do mar vermelho que trago escondido
Na ofegante busca que acelero
A procurar em ti – certeiro abrigo!
E nessa ardente caminhada louca
Fecho-me a toda lucidez do mundo,
Rompendo a aurora de um desejo atroz...
Exclamo a ti, com voz ardente e rouca,
No grito surdo que nunca liberto
Deste segredo que carrego a sós!