Mãos
Mãos que tateiam no silêncio o abstrato
Ansiosas por tocar o calor de um abraço
Que soltam vagarosamente ao desenlace de outras mãos
Tentando reter a carícia para gravar no coração
Mãos que acenam no instante de despedida
Enquanto silenciosa lagrima insiste em tocar um rosto triste
Afirmando friamente que a partir daquele instante
O espaço não ficará vazio, pois a saudades existe.
Mãos que insistem em calar a voz
Na boca espantada com palavras que travam a garganta
Mãos irriquietas de criança que quer tocar sentir, gravar
Mãos que numa carícia demonstram amar
Mãos que buscam o calor a ternura
Num breve espaço de eternidade
Tocar num afago lento
A paixão de uma saudade
Mãos que pela eternidade quer segurar
A flor, a carta perfumada, o amor
Mãos que não querem secar os olhos
Por instantes de dor
Mãos que querem abandonar a saudades,
Amargura, desumanidade e o rancor
Mãos que por serem mãos juntan-se para orar
Num êxtase de esperança pedindo
Para a paz e o amor não acabar