Mãos

Mãos que tateiam no silêncio o abstrato

Ansiosas por tocar o calor de um abraço

Que soltam vagarosamente ao desenlace de outras mãos

Tentando reter a carícia para gravar no coração

Mãos que acenam no instante de despedida

Enquanto silenciosa lagrima insiste em tocar um rosto triste

Afirmando friamente que a partir daquele instante

O espaço não ficará vazio, pois a saudades existe.

Mãos que insistem em calar a voz

Na boca espantada com palavras que travam a garganta

Mãos irriquietas de criança que quer tocar sentir, gravar

Mãos que numa carícia demonstram amar

Mãos que buscam o calor a ternura

Num breve espaço de eternidade

Tocar num afago lento

A paixão de uma saudade

Mãos que pela eternidade quer segurar

A flor, a carta perfumada, o amor

Mãos que não querem secar os olhos

Por instantes de dor

Mãos que querem abandonar a saudades,

Amargura, desumanidade e o rancor

Mãos que por serem mãos juntan-se para orar

Num êxtase de esperança pedindo

Para a paz e o amor não acabar

R R Pereira
Enviado por R R Pereira em 09/10/2008
Reeditado em 10/10/2008
Código do texto: T1219554