meia-noite
À meia-noite estive ao lado do desejo,
Lábios molhados, num beijo ensejo,
Mãos traçando contornos, num afago aceso,
Enquanto a lua lá do alto clareava o universo.
Lençóis vendando essências do passado,
Versos nunca escritos, segredos guardados,
Nem mesmo o mar, testemunha apaixonada,
Refletindo ondas, em dança encantada.
E a canção sideral acariciou meus ouvidos,
Saudades da Malu, sonhos coloridos,
Férias de verão, momentos de encanto,
Da voz que embalava, um doce acalanto.
Pura noção de não querer nada,
Além dos teus abraços, que acalmavam a madrugada,
No silêncio profundo, o desespero se calava,
E nas palavras mudas, o amor se revelava.