Amor vesperal

      Na reticente e tímida tarde,
       toda em seda e cetim enredada
       Deste amor a flama  pulsa, arde
      E desfaz-se em nuvens, mais nada..

      Inutil, entre as cinzas este lampejo
      Em vão o sopro vindo do mar...
      Nem mesmo o calor dos meus beijos
    Aquece teus lábios dormidos de luar...

    Declina a tarde com tal leveza...
    Entre suspiros, docemente se afasta
    Mas leva consigo em meio às incertezas:
   _ Mesmo ausente este amor me basta!