CÂNTAROS DE AMOR

Dois corações em queda livre são mesmo a conspiração do revivescer;

E isso eu pude perceber quando implodi todos os entulhos morais;

Naqueles instantes magistrais em que meus delírios puderam te pertencer;

Eu vi o sol nascer naquelas horas noturnas tão especiais!

Eu vi quais são os enveredamentos do que transcende todo além;

O ego em transtorno a me dizer amém, como que sanado por seu transe;

O abuso da paixão que reluz em límpido bronze, me dando as dádivas de um harém;

A fazer de mim algoz-refém desse estrondoso prazer em zanze!

Eu vi teu corpo nas minúcias de seus vértices e na insanidade de seu néctar;

Compreendi porque meu bem querer te detecta sem engendrar esforços;

Quando os requintes da loucura foram nossos, quando o leito ávido foi profeta;

Transpomos a imprevisível meta e fomos amantes maravilhosos!

Tanto que a manhã subseqüênte mantém teu gosto nas minhas extensões;

E vejo ainda o esplendor daquelas sensações, que sobre nós se esparramou;

A nossa madrugada versejou e quis em nós consolidar a nata das paixões;

E escreveu a mais linda das canções nas notas harmônicas de nosso imenso amor!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 08/10/2008
Reeditado em 08/10/2008
Código do texto: T1217266
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.