CÂNTAROS DE AMOR
Dois corações em queda livre são mesmo a conspiração do revivescer;
E isso eu pude perceber quando implodi todos os entulhos morais;
Naqueles instantes magistrais em que meus delírios puderam te pertencer;
Eu vi o sol nascer naquelas horas noturnas tão especiais!
Eu vi quais são os enveredamentos do que transcende todo além;
O ego em transtorno a me dizer amém, como que sanado por seu transe;
O abuso da paixão que reluz em límpido bronze, me dando as dádivas de um harém;
A fazer de mim algoz-refém desse estrondoso prazer em zanze!
Eu vi teu corpo nas minúcias de seus vértices e na insanidade de seu néctar;
Compreendi porque meu bem querer te detecta sem engendrar esforços;
Quando os requintes da loucura foram nossos, quando o leito ávido foi profeta;
Transpomos a imprevisível meta e fomos amantes maravilhosos!
Tanto que a manhã subseqüênte mantém teu gosto nas minhas extensões;
E vejo ainda o esplendor daquelas sensações, que sobre nós se esparramou;
A nossa madrugada versejou e quis em nós consolidar a nata das paixões;
E escreveu a mais linda das canções nas notas harmônicas de nosso imenso amor!