MAIS UMA VEZ....

Brincando com a luz da vela

Que ilumina a mesa de jantar

Fiquei sozinha a luz a velar

Não percebi o tempo passar

Tirei os pratos da mesa

Lá fora a chuva fina vinha a calhar

Senti o vento balançar as janelas

E uma lagrima silenciosa veio rolar

Há horas o caminho estava olhar

E sua presença sentia chegar

Cansei de esperar e ali sentada

Pus-me a sonhar

Em meu sonho por longos caminhos passei

Corpos dilacerados encontrei

Ouvi o eco dos passos que dei

Num sobressalto acordei

O telefone tocou

Mais uma noticia chegou

O destino me balançou

E mais uma vez meu coração chorou

Um corpo frio se achou

Molhado pela chuva ficou

A longa espera pela vida findou

E os olhos devagar fechou

Para o meu sofrimento

Que o julgava sem razão

Permaneci com o julgamento

Porem sem explicação

Nada mais me importava

Cinco da manhã o relógio badalava

As trevas se dissipavam

Lentamente a chama da vela se apagava

O cheiro da vela me incomodava

As flores na sala chegavam

Um corpo sem vida entrava

Uma despedida se processava

Estava talvez impressionada

Fora de mim me encontrava

Sabia que não precisava continuar a esperar

Porem a vela ai apagar

E nunca mais acenderei

Sabia que muitas vezes esperei

Condenei-me

Chorei

A mesa escura me sentei

Acompanhada agora da solidão e sombras

Sei que pouco amei

E hoje vivo das sobras

Um amor condenador

Que tudo aos poucos me tirou

Mas o pior que sentir dor

Foi ver a vida que sutilmente se apagou!

A Confessora
Enviado por A Confessora em 07/10/2008
Reeditado em 22/10/2008
Código do texto: T1215584
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