Tornar a si

Torna-se a perfeição

as tuas vontades

imperativas, auditivas,

subjetivas e exclusivas.

Sou todo teu tempo,

face oculta em marte explorada,

apenas sons de um universo calado

e insípido de noites nascidas em por de sóis.

Torna-se inexplicável

este desejo tão louco

de estar contigo sem sair de ti,

em te ouvir no silencio confortante

dos sonhos abandonados em acordes vazios.

Torna-se imutável

desprender do sono

a mente guarnecida,

tocar teu sexo molhado

de orvalho deixado ao relento,

climatizado em minhas indiferenças

apenas para manter-se seco

ao sabor do tempo.

Torna-se vida,

convalida poemetria,

sortilégio de um soluço

à libertar.