Meu amor
As manhãs, os aromas, abastecem-me
Esqueço as praças, lembro-me das raças
muito afegãs, muito aromáticas
pelas flores do amanhã
Que adornam o meu amor
A luz das nuvens chama e atordoa
mas para que ir para tão distante
além das flores, se nesse instante
minha'lma é borboleta e também voa?
E enchem o ar e são pegas no vento...
Pois você é meu amor
A tempestade casta e trêmula
Seus marulhos e ventos
Seus assentos de pingos
Nas telhas e casas
Para molhar o meu amor
Entrecores,
Entrelinhas,
Entreflores
Repara as pequeninas exigências
de teu círculo
Faz brotar avencas e flores
Faz reviver todas as nossas paixões
Das nossas estações
Pois é imenso o nosso amor
Às vezes lhe conto o por quê do meu silêncio
É que às vezes sou sua e às vezes do vento
Mas você é meu único amor
Em Belo Horizonte, 20 de abril de 2007.