NÃO VOU DIZER ADEUS

Quando partiu meu coração por conta de tua partida;

Eu disse á vida, que ela certamente iria te contradizer;

Aquele teu convicto parecer cairia aos pés da consciência rendida;

E tua cegueira seria vencida, a ponto de voltar a me ver!

Hoje teus olhos se fecham a tudo que jamais deixamos de ser;

E a solidão quer te prender, na esquina escura que te aguarda;

A voz da mágoa fala mais alto que os castelos que pudemos erguer;

E nem consegues perceber que chamas de abismo justo o que te salva!

A falta que te fará o meu amor será um açoite na tua imprudência;

Porque carência não se resolve nos passos e vôos a esmo;

Com as saudades ocorre o mesmo, ainda que te dês à persistência,

Porque o preço da impaciência é proporcional às dimensões do erro!

Por isso, não julgues infantilmente que não voltarás;

Tudo o que farás pra me esquecer, digo aqui que pouco me importa;

Muitas vezes onde se arrancam raízes mortas, nascem lindos carvalhais;

E quando o meu perdão for implorado por teus ais, sei que entrarás por essa porta!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 03/10/2008
Código do texto: T1209380
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