NÃO VOU DIZER ADEUS
Quando partiu meu coração por conta de tua partida;
Eu disse á vida, que ela certamente iria te contradizer;
Aquele teu convicto parecer cairia aos pés da consciência rendida;
E tua cegueira seria vencida, a ponto de voltar a me ver!
Hoje teus olhos se fecham a tudo que jamais deixamos de ser;
E a solidão quer te prender, na esquina escura que te aguarda;
A voz da mágoa fala mais alto que os castelos que pudemos erguer;
E nem consegues perceber que chamas de abismo justo o que te salva!
A falta que te fará o meu amor será um açoite na tua imprudência;
Porque carência não se resolve nos passos e vôos a esmo;
Com as saudades ocorre o mesmo, ainda que te dês à persistência,
Porque o preço da impaciência é proporcional às dimensões do erro!
Por isso, não julgues infantilmente que não voltarás;
Tudo o que farás pra me esquecer, digo aqui que pouco me importa;
Muitas vezes onde se arrancam raízes mortas, nascem lindos carvalhais;
E quando o meu perdão for implorado por teus ais, sei que entrarás por essa porta!